Projetos de Pesquisa

Somente projetos atuais, para projetos concluídos, referir-se aos respectivos currículos Lattes.

Mapeamento de ações e programas para homens autores de violência contra mulheres no Brasil (2020 – atual)

Descrição: No ano de 2020 foi promulgado uma alteração em um dos artigos da Lei Maria da Penha, (Lei 13.984/2020, com data de 3 de abril de 2020), a qual indica que o juiz pode obrigar, dentre as diversas medidas protetivas já existentes na lei Maria da Penha, o comparecimento do autor de violência a grupos de recuperação e reeducação e a acompanhamento psicossocial grupal ou individual. Esta alteração demonstra a relevância e necessidade de conhecer iniciativas e experiências diversas que integram ações grupais para homens autores de violencia no país, assim como conhecer outras iniciativas complementares que possam auxiliar em rede a ações e políticas governamentais. A partir deste contexto, temos como proposta principal desta pesquisa desenvolver um mapeamento de ações grupais para homens autores de violência nos diferentes estados do país, vínculados ou não aos tribunais de justiça. Desta forma, a intenção é conhecer realidades locais, regionais e especificidades e partir disso determinar critérios e diretrizes mínimas de qualidade (vinculada a estudos internacionais e acadêmicos), para cada região e nacionalmente. Para a realização do mapeamento será elaborado um questionário de 47 itens pela plataforma Google Forms versando sobre aspectos constitutivos, programáticos e de desempenho dos trabalhos. Será estabelecido um prazo de alguns meses para a realização desta primeira etapa, sendo que, findo tal prazo, seria feito uma verificação dos estados que já haviam concluído o trabalho e se buscaria amparar aqueles que, porventura, não houvesse logrado finalizá-lo. Contaremos com o apoio das Coordenadorias da Mulher (CEVIDs) dos tribunais de justiça do país como apoio na realização da pesquisa, distribuição e coleta. Contaremos também com reuniões online com a equipe e representantes de cada estado para aprimorar estratégias de campo e discussão dos resultados.

Integrantes: Adriano Beiras – Coordenador; Michele de Souza Gomes Hugill; Daniel F. W. Martins.

Trilogia Grupos Reflexivos e Responsabilidades para Homens Autores de Violências contra Mulheres no Brasil: mapeamento, análises e recomendações, reflexões e experiências, disponível em: https://margens.ufsc.br/livros-publicados/

 

Grupo de homens repensando masculinidade – mapeando experiências e potencialidades para o enfrentamento da violência contra mulheres na grande Florianópolis (2020 – atual)

Descrição: Este projeto tem por objetivo conhecer e mapear os grupos de homens em atividade na região metropolitana da Grande Florianópolis. Para embasar teoricamente tal pesquisa, este estudo será composto por três etapas de análise, sendo elas: (1) revisão integrativa sobre feminicídio que buscará conhecer os discursos que circundam o ato; (2) revisão narrativa sobre grupos de homens, que buscará mapear as produções que tratam sobre a temática; e (3) entrevista com coordenadores/facilitadores dos grupos de homens da referida região. Entendemos a complementaridade das etapas, considerando que os feminicídios são crimes resultantes das desigualdades de gênero instituídas socialmente, e como tal, são frutos de uma série de violência que podem ser evitadas. Os grupos de homens, mostram-se como importante estratégia de desvinculação das masculinidades com a violência e por isso podem servir como dispositivo de prevenção a esse crime. A partir desta pesquisa, buscamos conhecer os grupos em atividade na região, sua origem e métodos empregados na coordenação/facilitação, os preceitos metodológicos científicos/filosóficos que norteiam a condução dos grupos, bem como o formato dos encontros e o público participante. Os resultados oriundos desta pesquisa têm o potencial de integrar a rede de grupo de homens que compõe a região, ampliando a atuação destes e articulando-os de modo a tornar o trabalho ainda mais eficiente.

Integrantes: Adriano Beiras – Coordenador; Camila Maffioleti Cavaler; Daniel Cerdeira de Souza; Luiza Rodrigues Melo; Thales Valim Angelo; Amanda Koerich da Silva.

Análise da implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – Campo Florianópolis (2018 – atual) 

Descrição: Este projeto de Pesquisa Nacional vinculado a UFPE e ao Ministério da Saúde tem objetivo geral deste projeto é produzir uma análise da implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), a partir de diálogos com gestores, profissionais de saúde, usuários e potenciais usuários, nas cinco regiões político-administrativas do Brasil. Os objetivos específicos são quatro: a) analisar aspectos relativos à contexto (memórias, experiências etc.), processos (ações, estratégias), conteúdos (princípios, temas, focos) e atores/atrizes que configuram a implementação da PNAISH em cinco estados das diferentes regiões do país: Nordeste (Pernambuco), Norte (Pará), Centro-oeste (Mato Grosso); Sudeste (Rio de Janeiro) e Sul (Santa Catarina); b) analisar aspectos relativos à contexto (memórias, experiências etc.), processos (ações, estratégias), conteúdos (princípios, temas, focos) e atores/atrizes que configuram a implementação da PNAISH em cinco capitais das diferentes regiões do país: Nordeste (Recife), Norte (Belém), Centro-oeste (Cuiabá); Sudeste (Rio de Janeiro) e Sul (Florianópolis); c) contribuir para o processo inicial de desenvolvimento das políticas nacionais de políticas voltadas a saúde do homem na Argentina e Paraguai, a partir de interlocução com gestores/as destes países, com os quais o Brasil mantém cooperação, tendo por base as análises produzidas ao longo desta pesquisa; d) produzir os conteúdos dos materiais de Informação, Educação e Comunicação (IEC), com vistas a divulgar os conhecimentos produzidos ao longo da pesquisa.

Integrantes: Adriano Beiras – Coordenador; Caio Henrique de Mendonça Chaves Incrocci; Ana Luíza Casasanta Garcia; Mateus Alves.

Estudos da judicialização da violência de gênero e difusão de práticas alternativas numa perspectiva comparada entre Brasil e Argentina (2018 – atual)

Descrição: A presente proposta tem como objeto a judicialização e práticas alternativas de justiça no campo da chamada violência de gênero. Em grandes linhas, ela visa a mapear e a descrever mecanismos e práticas de promoção de justiça, de reparação moral e de mediação em casos de violência de gênero identificados pelos sistemas de justiça no Brasil e na Argentina, numa abordagem comparada. E tem como finalidade aprofundar e sistematizar conhecimentos sobre práticas judicializantes de gestão de crimes no âmbito da violência de gênero, bem como propor diretrizes e alternativas ao campo das políticas públicas voltadas a tal área. Para tanto, prevê a parceria entre diferentes equipes de pesquisa LEVIS (UFSC), NIGS (UFSC), Margens (UFSC); GECAL (UNIPLAC); GCS (UFRN), além de parceria com pesquisadoras no Brasil e na Argentina para a realização de pesquisas de campo em cinco municípios de médio porte no Brasil (Florianópolis, Lages, Juiz de Fora, Natal e Uruguaiana) e em quatro municípios na Argentina (La Plata e Florencio Varela, situados na província de Buenos Aires; e Orán e Tartagal, pertencentes à província de Salta). Trata-se de uma rede multidisciplinar e multissituada. Além de mapear e descrever práticas de produção de justiça, identificando mecanismos, estratégias e moralidades, o projeto, em parceria com o TJSC, fará o acompanhamento da criação e instalação de um experimento de Justiça Restaurativa no município de Lages, região serrana de Santa Catarina. Trata-se de uma experiência por meio da qual será possível identificar os elementos centrais para a formulação e aplicação de políticas na área, bem como as condições objetivas, em cada uma das localidades estudadas, para a experimentação de medidas semelhantes a serem discutidas com os parceiros de proposta em suas áreas geográficas de atuação. O projeto se desdobra em atividades de difusão de conhecimentos junto a escolas e a gestores e outros profissionais do Estado, além de grupos organizados que atuam no campo, por meio de oficinas, debates e experiências em mídias digitais, que possam ampliar e qualificar a discussão sobre práticas alternativas nos casos de violência de gênero.

Integrantes: Theophilos Rifiotis – Coordenador; Adriano Beiras; Fernanda Cardozo; Bibiana Beck Garbero; João Paulo Roberti Junior.

Financiador: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Análise documental da produção acadêmica feminista e de gênero brasileira, em relação a campos disciplinares específicos: autorias; temas; intersecções (2015 – atual).

Descrição: A pesquisa objetiva analisar a participação de diferentes campos disciplinares, como o da psicologia, da comunicação, em relação aos textos publicados em periódicos que se destacam nas áreas de estudos feministas e de gênero no Brasil, com foco também nos estudos de sexualidades. Tendo como justificativa a crescente importância dessa área de estudos acadêmicos, em suas estreitas relações com os movimentos sociais de defesa das diversidades e dos direitos das minorias, e considerando intersecções de classe, gênero, raça/etnia, gerações e outras, a pesquisa documental pretende mapear temas, métodos de estudos e referenciais teóricos utilizados por diferentes áreas disciplinares, além de sua participação na autoria do material publicado nas revistas estudadas, com especial atenção para as contribuições dos estudos pós estruturalistas, descoloniais e queer. Pretende ainda verificar a ocorrência de produção conjunta oriunda de Programas de Pós Graduação ligados aos campos disciplinares pesquisados, entre os textos publicados nos periódicos acadêmicos analisados.

Integrantes: Mara Coelho de Souza Lago – Coordenador; Claudia Lago; Monica Martinez.

Novas formas de subjetivação contemporâneas: práticas e discursos (2011 – atual)

Descrição: Nesse projeto pretende-se contribuir para a compreensão das formas de subjetivação produzidas no contexto contemporâneo a partir da interseccionalidade entre vetores como sexo/gênero, classe, raça/etnia, gerações. O atravessamento de formas diversificadas de violência é problematizado como um dos elementos que compõem o cenário atual impactando as subjetividades. A problematização dos binarismos da racionalidade moderna mostra-se como fundamental para que se possa avançar nessa compreensão. Nesse caso, sujeitos distintos são trazidos à cena, com os recursos da análise do discurso e da cartografia de forma a complexificar as possibilidades analíticas. A interface com o discurso jurídico e a utilização de operadores conceituais como os jogos de verdade de M. Foucault são utilizados para que se possa analisar a produção do “sujeito desviante” e, nesse caso, a análise da operacionabilidade da norma continua mostrando-se fundamental. Corpos e experiências trans entram em cena nos subprojetos, assim como os processos de judicialização da vida que incluem a discussão do Estatuto da Família, o Projeto de Diminuição da Maioridade Penal e a Lei do Feminicídio no Brasil.

Integrantes: Maria Juracy Filgueiras Toneli – Coordenador; Mariana Barreto Vavassori; Arthur Grimm Cabral; Alex Simon Lodetti; Marília dos Santos Amaral; Gabriela Andrea Díaz; Flavia Fernandes de Carvalhaes; Lisandra Espíndula Moreira; Bruna Camillo Bonassi; Alexandre de Souza Amorim; Gustavo da Silva Machado; Emerson Martins; Rita de Cássia Maciazeki Gomes; Chintia de Oliveira Silva;  Claudia Leticia Lazcano Vazquez; Felipe Dutra Demetri; Melissa Bittencourt Jaeger; Juliana Rego Silva; Jéssica Janine Bernhardt Fuchs.

Trajetórias escolares e laborais de travestis e transexuais: é possível subverter o destino nas/das margens? (2015 – atual)

 Descrição: A presente proposta insere-se no conjunto de pesquisas sobre os modos de subjetivação contemporâneos dedicados às chamadas sexualidades desviantes empreendidas pelo Núcleo Margens/UFSC. Tem como objetivo principal compreender os diferentes processos envolvidos nas trajetórias escolares de travestis e transexuais e seus impactos na busca por postos de trabalho que as/os descolem do mercado do sexo. Para tanto lançará mão de procedimentos diversificados: entrevistas em profundidade de caráter biográfico com travestis e transexuais; intervenção fotográfica; observação participante com registro em diário de campo; entrevistas com gestores de políticas públicas nas áreas da educação e do trabalho; análise de documentos. Além de produzir informações atuais sobre o tema/problema, busca-se contribuir para a elaboração e implementação de políticas públicas mais eficazes no que diz respeito à cidadania e aos direitos dessa população.

Integrantes: Maria Juracy Filgueiras Toneli – Coordenador; Marco Aurélio Máximo Prado; Henrique Nardi; Marília dos Santos Amaral; Ana Paula Hining; Jéssica Fuchs; Marco Antônio Torres.